quarta-feira, 2 de março de 2011

A falta de assunto




Todo mundo que escreve um dia tem de lidar com a falta de assunto. Chegou minha vez. Lá vou:

Hoje tive um dia que me deixou com a cabeça vazia. Coisas ruins mas não tão ruins que pudessem me fazer chorar ou mesmo ficar de cara amarrada.

E se hoje me sentasse com um amigo ou uma amiga para tomar uma cerveja eu não teria nada a dizer. Porque o dia me deixou com a cabeça vazia.

Dizem que quando a gente tem uma fratura muito, muito feia, a gente nem sente mesmo a dor ali na hora. O corpo aciona algum tipo de defesa que bloqueia a dor.

Hoje minha cabeça fez algo assim.

E como este é um acontecimento raro, vale registrar.

Hoje, tudo o que eu queria era... Ora, nem sei.


2 comentários:

  1. Nem me fale, amigo. Tenho tido mais dias assim do que assado...
    e falando em osso, dor e tal, assista ao filme "127 horas", quando puder. é sobre o cara que precisa cortar o próprio braço pra poder sobreviver. sangue frio.
    ui, ui.

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  2. Oi, Flávia!
    Agradeço as palavras solidárias, mas o texto é fictício. A menos que eu negue explicitamente, tudo aqui é só treino de literatura amadora. As opiniões, fatos, tudo.

    Este último é inspirado num poema da querida Wislawa Szymborska, que copio abaixo. Só fui perceber que era meio chupado dela uns dias depois.

    Assisti ao 127 horas. Tenso! =)

    Inté!

    ...

    Regressos

    Voltou. Não disse nada.
    Mas era claro que tivera algum azar.
    Deitou-se vestido.
    Pôs a cabeça debaixo do cobertor.
    As pernas encolhidas.
    Anda pelos quarenta mas não neste momento.
    Está mas apenas tanto quanto no ventre da mãe,
    para lá de sete peles, na proteção do escuro.
    Amanhã dará uma conferência sobre a homeostase
    na cosmonáutica metagalática.
    Por agora, enrolou-se, adormeceu.

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