quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Alberto Caeiro e bandas cover



Tem as bandas cover. Que tocam músicas de outros grupos. Tem aquelas que escolhem só os hits mais óbvios de cada banda. Tem as que se orgulham de tocar só os "lado B".

As que tocam covers de uma única banda são meio bizarras. Sei lá o que dizer delas.

Nos cursinhos pré-vestibular também há coisas assim. Reli recentemente um poema do mestre Caeiro. Um típico "lado A". Toda vez que uma apostila vai falar dele, mostra ou aquele poema do Menino Jesus ou este:

Sou um guardador de rebanhos.
O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.

Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la
E comer um fruto é saber-lhe o sentido.

Por isso quando num dia de calor
Me sinto triste de gozá-lo tanto,
E me deito ao comprido na erva,
Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,
Sei a verdade e sou feliz.

O primeiro que chamar isso de materialismo leva um croque no cocoruto.



sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Não ter o que fazer




Resolvi dar aulas para os "terceira idade", como voluntário, sábados de manhã. De informática. Aí apresentei o grande portal da internet, Mr. Google. Expliquei o que era, como funcionava. Perguntaram: "mas ele acha qualquer coisa?" Eu disse "qualquer coisa. Se não tá no google, é realmente difícil de achar".

Uma senhora resolveu digitar "qualquer coisa" e me veio com o seguinte link:


A conclusão dela: "Esse negócio de internet é coisa de quem não tem o que fazer".

Tem a ver.


sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Mais do mesmo




Mais uma vez e de novo repetindo novamente uma vez mais.

Certamente neste exato ponto precisamente outra vez.

Com a força de toda a certeza do mundo. Mais uma vez.

De novo. Sempre. Para sempre.

Muy discretamente, puxo o tapete do futuro. Ele cai. Era pra ser mais uma vez.

Não foi. Mas que coisa, não?


quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Soul



É a arte da precisão. Supera de longe o Chorinho e até o Fado. Tudo é ensaiado para parecer casual e é absolutamente preciso.

Parece muito com o Tango.


Série Embriaguez: Final - Transmissão ao vivo



Enfim, depois de tanta divagação fútil é chegada a hora de dar a palavra ao embriagado.

"Eu acho isso um caso vulgar de esquizofrenia. Só não falo '...e pronto' pra não me colocar no mesmo degrau lamacento dos pirotecnistas que acham que deselegância é justificável por... bom, deixa pra lá.

O que este senhor deveria fazer é comprar umas roupas mais alinhadas e sair em busca de diversão. Dentro de uma década ou duas será tarde demais."


E assim termina a série sobre a embriaguez. A pergunta "por que?" fica jogada numa caixinha junto com os cadernos de anotações e aquele guardanapo do primeiro capítulo.

Fazeroquê. É o que temos para hoje.








domingo, 6 de fevereiro de 2011

Série Embriaguez 4: Fuga




Tem também a teoria da fuga. É meio parecida com a teoria do 'porque eu gosto'. Um pouco melhor, porque aponta para algo fora do sujeito. Resta saber, portanto: fuga de quê?

Há muitas coisas das quais se pode fugir via embriaguez. E pensando bem são tantas que a teoria da fuga acaba não esclarecendo muita coisa. A cada momento do dia uma atividade diferente serve como fuga de um conjunto de coisas diferentes.

Então por quê?

Uma boa pista parece repousar na percepção de que esta é uma conversa de bêbado em formato de posts de blog.