sábado, 29 de janeiro de 2011

Série Embriaguez: 03 - Dependência química



Ora, ora. Como seria bom resumir a questão à dependência química. Fiz um teste: resolvi experimentar um mês sóbrio. Daí, como não aconteceu nada, não tive tremedeiras ou coisas assim, então emendei um segundo mês e nada. Enfiei logo seis meses, até a data de meu aniversário. Nada aconteceu. Daí tomei um porre e descartei a hipótese da dependência química.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Série Embriaguez: 02 - Meus cadernos




Quase dez anos de anotações. As embriagadas estão marcadas com um sinal. Não que precisasse, a letra e o traço denunciam.

Nada que preste. Uma coisa é certa: a embriaguez não deixa você mais esperto. Por outro lado, também não muito mais burro: os textos, desenhos e partituras sóbrios também são puro lixo.

Então, por quê?

Não sei a resposta, mas sei de algumas que já descartei há muito tempo. A principal:

"Porque eu gosto." Não. Há uma diferença entre uma resposta válida e uma resposta satisfatória. Imaginemos um sujeito que só se veste de preto. Eu pergunto o motivo e você me responde: "Ah, é uma tradição de três gerações na família dele, até os móveis e utensílios domésticos da casa dele são pretos etc. etc." Peço a prova. Você me leva à casa dele, mostra fotos da família. Ok, tá explicado.

Agora digamos que a resposta fosse "Ah, porque ele gosta muito de roupas pretas". Peço a prova. Você responde "É só observar, ele sempre veste preto". "Sim, mas por qual motivo?" - "Porque ele gosta muito de roupas pretas". Resposta válida, mas insatisfatória. Leva a um loop infinito.

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segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Série: Embriaguez 01 - Abertura



Tenho ao meu lado três pilhas de cinco cadernos de anotações cada uma. Todas naquele estado, mais ou menos.

E há um guardanapo de papel, daqueles de bar, de 1992, onde está escrito: "Aleatoriedade". Logo abaixo, uma porção de arabescos pretensiosos que fiz para impressionar uma garota que estava comigo à mesa.

Vejamos se é possível fazer um tour que nos traga de volta a este guardanapo.



Série: Embriaguez 00


Vou começar uma série sobre a embriaguez. A minha, que fique claro. Quando o assunto é sério não gosto de falar sobre a humanidade.

O medo é que o texto fique excessivamente público. Mas "E vamos nós", como diziam Os Impossíveis.


domingo, 23 de janeiro de 2011

Jornada


Oito horas dormindo. Duas no trânsito. São dez. Oito no trabalho. São dezoito. Coloca aí duas fazendo as coisas: banho, janta, trocar o fusível. Vinte. Sobram quatro.

Que beleza.


sábado, 22 de janeiro de 2011

Frutas e a questão do Bem e do Mal


Começamos um jogo, meio sem graça, que consiste em listar nomes de frutas:
_Abacaxi.
_Melão.
_Laranja.
_Fruta.
_Não vale.
_Por que não?
_Não existe uma fruta chamada fruta.
_É nome de fruta. É o nome de todas as frutas juntas. Quanto a existir, uma ínfima fração de todas as frutas do mundo é suficiente para matá-lo, se lhe cair na cabeça. É nome e existe.

Em algum ponto da minha juventude li algo em uma apostila sobre erros de categoria. James... Willians? Willian James? Já nem lembro mais. Já vão aí uns vinte anos e eu era pouco mais que um moleque. Não vou entrar numa discussão encardida dessas tão mal armado.

O que ficou gravado é que esta é uma discussão importante. Uma banana existe e pronto. Posso furar o olho de alguém com uma. A categoria "fruta" também existe, mas precisa ser definida. Depende de uma idéia vinda de algum lugar (de um grupo de especialistas, de uma tradição, da lei definida por alguma divindade). Essa idéia é que define, inclusive, quem é que entra ou não entra na categoria.

Um tomate é uma realidade concreta. A categoria "fruta" não é uma realidade óbvia, eterna e auto-explicativa. Ela é dependente.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Eis que



Afastem os móveis. Hienas, abutres, urubus, animais de rapina em geral:

I'm back!





Na verdade, nem era pra volta do blog que eu queria usar esse texto. Era mais pra Amy. Eu torço pro XV de Piracicaba.