domingo, 5 de junho de 2011

Domingo de manhã



_Frio. Vamos ficar no sol.


Fomos subindo por uma montanha de quinquilharias no quintal até alcançarmos o telhado. Sentamos em uma espécie de parapeito e foi um milagre chegarmos lá sem derrubar as canecas de café. Ficamos em silêncio, ela se encostou no meu peito. Chorou um pouco e acabou dormindo. Via o bairro inteiro dali de cima e tive um profundo ódio da civilização. Tive ganas de arrombar a porta de cada uma daquelas casinhas e ameaçar de morte cada amaldiçoado cidadão que se atrevesse a uma vez mais colocar mágoa no coração daquela moça de cabelos vermelhos dormindo com a caneca ainda cheia nas mãos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário